4 de Setembro 1800
Apesar do calor se tornar bastante incómodo à hora do dia em que regressávamos, não podemos resistir à tentação de visitar uma quinta que ao longe se avistava, com as suas casas azuis claras, perdidas num vale profundo.
Esta quinta deve as suas belezas ao falecido comerciante «de Visme». homen célebre em toda a Europa, tanto pelo seu bom gosto como por não olhar a despesas em coisas desta índole.
(Numa das minhas cartas anteriores já me referi a ele a propósito dum jardim de Benfica.)
O caminho desce em espiral até ao chão plano em que se erguiam as habitações.
Lá tudo quanto se via era um testamunho irrefragável do genio inventivo desse homen que soube transformar um dos sítios mais rústicos desta redondeza no lugar mais atraente para residência de homens cultivadas.
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A região assinala-se pela sua aparência selvagem, de natureza inculta e forte, mas, no meio dela, a arte ostenta os seus melhores recursos sem que uma ou outra se prejudiquem por qualquer absurda intromissão nos seus respectivos dominios.
Viagem em Portugal, 1798-1802
Trad. do Sueco original por António Feijó
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