Sunday 5 July 2009

Associação Hortícola de Petrópolis



Construído nas oficinas de S.A de Saint-Sauver-Les Arras (1789) na França, e inaugurado em 2 de fevereiro de 1884, o Palácio de Cristal era formado por uma estrutura metálica e placas de vidro francês. Há um corpo central quadrado, conectado a dois outros retangulares, e há ainda dois outros semi-circulares, ligados ao corpo principal. O Palácio foi construído na mesma época em que estava sendo construída a Torre Eifel, e é um dos exemplos de como a Revolução Industrial influenciou os estilos arquitetônicos. O prédio, inspirado no Crystal Palace de Londres - idealizado e construído por Joseph Paxton para a exposição Industrial de 1851 - foi montado pelo engenheiro brasileiro Bonjean. No Brasil, foi a primeira construção pré-fabricada.
O Palácio foi um presente do Conde D'Eu à sua esposa, a Princesa Isabel, ligada à Associação Agrícola e Hortícola de Petrópolis (ou seja, inicialmente o prédio destinava-se a ser a sede da "Associação Hortícola e Agrícola de Petrópolis" formada pela alta aristocracia petropolitana). Foi ali, numa cerimônia realizada em abril de 1888, que a Princesa Isabel conferiu Títulos de Alforria aos 103 últimos escravos em Petrópolis
Mas a partir da Proclamação da República, este marco do Segundo Reinado acabou sendo utilizado para diversos fins. Com o fim da Associação Hortícola, foi vendido em leilão e transformado em cassino, depois garagem do Corpo de Bombeiros e ainda abrigou vítimas de tragédias que se abateram sobre a Cidade. Também serviu a objetivos mais nobres, mas nem sempre adequados a seu propósito original; sede de diversas associações literárias, de entidades ligadas à música, do Liceu de Artes e Ofícios de Petrópolis; clube de boliche e salão para bailes populares.A exploração de uma casa de jogos gerou veementes protestos na Câmara Municipal e levou à revogação do contrato em 1892. No final da década de 60, após pedidos do cidadão Guilherme Auler junto ao então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Sphan, o Palácio de Cristal foi tombado. Passou a importante monumento e um dos mais conhecidos cartões postais de Petrópolis.
Ao longo dos anos o Palácio de Cristal acabou tendo parte de sua estrutura comprometida pela corrosão, seus lustres descaracterizados, os cristais destruídos durante uma tempestade e substituídos por vidros comuns; e os jardins, projeto do francês Auguste Glaziou, ganharam mais árvores que acabaram por esconder sua beleza e transparência.
Pela primeira vez em sua história o Palácio de Cristal está sendo restaurado. O trabalho durou quatro meses e consumiu aproximadamente R$ 800 mil em recursos, resultado de uma parceria realizada com orgãos da administração municipal, empresas privadas e o poder federal.Mas a restauração não foi tão simples assim. Antes de iniciada consumiu mais de 300 horas em pesquisas de como se fazer a recomposição da estrutura, que ao contrário do que se imaginava, não é de aço, mas sim de ferro pudlado, um de seus antecessores. Glaziou foi o homem responsável por traduzir, na parte externa, o conceito da concepção do Palácio de Cristal. Por isso imaginou-o em um local amplo onde sua simetria pudesse ser percebida de qualquer ângulo em que fosse visto. Daí idealizou jardins leves, com árvores de médio porte, flores e muita grama. Apenas algumas árvores grandes para produzirem sombra suficientemente aconchegante durante os passeios ou exposições. Dois pequenos lagos à margem da passagem central que leva do pórtico à porta principal, reproduzem o cuidado com a criação. Um gradil externo que protege os 7 mil metros quadrados do parque localizado na Praça Koblenz, completa o projeto deste francês também idealizador do Campo de Santana, na cidade do Rio de Janeiro.Fotos e documentos antigos contribuíram para que se chegasse o mais próximo possível do projeto original. Descobriu-se que o Palácio de Cristal possuía um pórtico. destruído entre 1938 e 1940, quando funcionou ali o Museu Histórico de Petrópolis, depois denominado Museu Imperial e transferido para o Palácio de Verão do Imperador D. Pedro II. E também que o Cruzeiro que marca a missa celebrada em comemoração ao primeiro ano da presença dos colonos alemães na Cidade, encontrava-se no local errado,sendo corrigida a sua posição.

http://www.geocities.com/Eureka/7968/petro/

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